terça-feira, 15 de maio de 2018

O pós-cirúrgico - A recuperação em casa

Sempre que você busca relatos sobre o cisto pilonidal acaba lendo sobre sentir muita dor e não conseguir sair da cama a não ser pra comer e ir ao banheiro.
Pois bem, não é bem por aí.
Claro que cada caso é um caso, aqui só posso falar sobre a minha experiência. Nunca vai ser igual pra todo mundo.

Dia 10 então voltei pra casa.
Pra chegar em casa preciso descer um lance de escadas grande, mas esse nem é o pior problema. Os degraus da escada foram feitos pra alguém com 2 metros de perna, tipo meu marido. Eles são muito altos.

Consegui descer com ajuda e logo deitei no sofá meio de lado.

Minha mãe fez uma sopa de legumes pra mim e lá vai uma dica: apesar dos médicos não darem nenhum tipo de dieta especifica, coma muita fibra e comidas de fácil digestão. Você não vai conseguir ficar muito tempo sentado no vaso e nem é bom que fique. Quanto mais força fizer, pior é.

O médico me deu 2 pontos em cima e 2 pontos embaixo do corte. Acredito não ser um procedimento padrão, mas disse ele que era pra ajudar a fechar mais rápido, pois o buraco da cirurgia fica aberto. Isso se chama cicatrização por segunda intenção, se não me engano, vulgo "cicatrizar de dentro pra fora".

Como eu disse em outra publicação, o curativo não dói, mas se você for mais sensível peça pra enfermeira ir com calma. Se você não falar ela não tem como adivinhar. Dentro do corte da cirurgia é colocado gaze porque esse local precisa ser mantido seco e limpo.

Sobre tudo o que falam do cisto: Sim, é incomodo, mas não é tão terrível assim. Na sexta-feira eu já estava lavando umas louças e andando. Não da pra andar rápido, não da pra agachar e definitivamente não da pra sentar.
Deitada eu não sentia dor nenhuma, mas quando precisa se mexer pra se ajeitar na cama dói um pouco. O pior é levantar e deitar.

Ir ao banheiro não é um problema. Ficar sentada no vaso não dói nada, mas não é bom ficar muito tempo nessa posição.

Uma coisa legal é achar algo pra se distrair. Escrever, desenhar, ver filmes, por as séries em dia, jogar videogame, ler, atualizar redes sociais, tudo que puder te manter entretido ajuda a passar o tempo e fugir do tédio.

Ontem, dia 14, um dos meus pontos estourou, então a dor ta mais forte, mas nada absurdo também, tanto que hoje fiz um bolo. Até cozinhar já consigo.

É importante que quem passar por isso saiba entender os sinais que o corpo dá. Se ta doendo para de fazer o que ta fazendo.

Acredito que meu caso não foi dos mais severos porque procurei ajuda logo. Então, amigo ou amiga que descobriu esse cisto, não espere. Não vai curar sozinho, infelizmente. Procure ajuda, nada de vergonha e deixa o medo pra lá. Não é algo agradável, mas da pra encarar. Se eu que sou cagona consegui todo mundo consegue, mas quanto mais esperar maior a infecção fica e aí na hora da cirurgia mais carne vai ter que ser removida, consequentemente a recuperação vai ser muito pior.

Me coloco a disposição para esclarecer dúvidas de possíveis leitores.

Esse blog foi uma saída pra eu me distrair um pouco e saber que nem eu e nem quem está passando por isso esta sozinho.

Uma noite no hospital

Quando acordei na sala de recuperação sentia minhas pernas paralisadas e meio enformigadas.
Era por volta de 19 horas. Me forcei a dormir mais um pouco pra ver se o tempo passava mais rápido. Acordei de novo as 20 horas.
Aí começou o inferno.
O tempo simplesmente não passava, parecia até que o relógio estava parado.
Comecei a mexer as pernas e foi muito bizarro, até engraçado. A gente acha que ta fazendo um movimento e ta fazendo outro.

Eu já não aguentava mais ficar ali na recuperação. As 21:20 mais ou menos, a enfermeira me disse que logo eu iria pro quarto. Me animei, mas ao mesmo tempo fiquei chateada porque queria ver minha mãe e meu marido e não sabia se daria tempo. Não sabia se permitiriam acompanhante no quarto.

Mais de 1 hora depois vieram me buscar. Foi um alívio tão grande saber que finalmente eu iria pro quarto.

Pra minha surpresa, quando estava chegando no quarto vi minha mãe e meu marido na porta. Foi reconfortante. Fiquei muito feliz em ver eles.

Me colocaram na cama e consegui me virar de bruços. Conversamos sobre a cirurgia e minha mãe me ofereceu comida, mas eu não estava bem pra comer. Queria água.

Logo veio a vontade de fazer xixi e os dois me levaram até o banheiro.
Foi difícil, mas consegui.

Meu marido levou minha mãe pra casa descansar e voltou ao hospital depois. Comprou água e um enroladinho de salsicha porque sabia que eu não ia resistir. Não queria comer, mas comi.

Ele foi um anjo e passou toda a noite no hospital comigo. Dormi muito mal pois quando passou a anestesia a dor começou e quando não era dor nas costas, era no cisto, quando pegava no sono vinha alguma enfermeira me dar alguma medicação na veia.

A noite demorou a passar, mas finalmente chegou o dia.
Minha mãe chegou ao hospital as 7 e pouco da manhã e o meu marido antes de ir pra casa foi até a padaria da frente e comprou uma coxinha pra mim. É a minha preferida.

Meu humor estava horrível. Só queria ir pra casa. Acho que até minha mãe pensou em me deixar lá sozinha e ir embora porque eu tava insuportável.
De toda essa experiencia o pior foi passar a noite no hospital.

Finalmente as 10:30 o médico chegou pra me dar alta.
Ao contrário do que imaginei, não me receitou antibióticos. Só me falou pra trocar o curativo 2 vezes por dia no posto de saúde e se eu sentisse dor tomar ibuprofeno.
Depois voltou atras e me deu uma pomada, nebacetin, porque ela é bactericida. Questão de prevenção e pra não grudar a gaze quando for trocar o curativo.

Liguei para o meu marido que estava ferrado no sono. Não atendeu.
Meu sogro e meu cunhado moram na casa da frente. Liguei pro meu cunhado e pedi pra ele acordar meu marido. Logo meu marido ligou e disse que estava vindo.

Tomei banho no hospital.
Não posso tirar o curativo pra tomar banho. Foi um pouco assustador quando vi a quantidade de sangue na camisola, nos lençóis e saindo em baixo do chuveiro.

Depois que terminei o banho fui para o quarto novamente e a enfermeira veio trocar o curativo.
Jurava que seria doloroso, mas não foi.
É como se mexesse na pele normal, só que por dentro. Da uma sensação estranha, mas não dói.

Finalmente pude ir pra casa... Deitada no banco traseiro do carro.
Só de sair do hospital me senti melhor.

A temida cirurgia - 9 de maio de 2018

Enfim chegou dia 9 de maio.
Minha ansiedade estava no talo.

A internação estava marcada para as 13:30 e o médico me pediu um jejum de 8 horas antes do procedimento, inclusive sem poder tomar água. Foi moleza ficar sem comer porque eu não sentia a mínima fome, em compensação a sede estava brava.

No hospital encontrei minha mãe. Ela ficaria comigo até terminar o procedimento.

Fiz a papelada, assinei tudo e a moça me passou as instruções sobre horários das refeições e tudo mais.

Me despedi do meu marido e pode parecer bobagem, mas chorei.
Chorei porque estava com medo, nunca tinha passado por nenhum procedimento cirúrgico antes. Chorei porque precisava descarregar o que estava sentindo.

Eu e minha mãe subimos até o bloco cirúrgico do hospital. Me pediram mais algumas informações e depois ficamos lá aguardando me chamarem. Me sentia exausta por ter que passar por tudo isso, não dormi direito.

De repente chamam meu nome.
Minha barriga gelou.

Fui até uma salinha onde tinha que deixar minhas coisas e botar a roupa do hospital, não sei como chama, mas é uma camisola aberta atras.
Ali me despedi da minha mãe também.
Chorei mais.

O enfermeiro foi muito simpático e conversou comigo para tentar me acalmar. Não conseguiu, mas fez o possível.

Fiquei em torno de mais uma hora esperando em outra sala com 3 idosos. Todos tão calmos, rindo e falando sobre o que iam fazer e sobre o clima. Fiquei até com vergonha do meu desespero, mas acho que cada pessoa tem o direito de reagir como quiser as situações que a vida impõem. Não adianta eu me envergonhar do que estava sentindo. Sou um ser humano, porra! Não vou fingir que eu tava bem porque eu não estava.

Um por um dos meu companheiros de espera foram sendo chamados até eu ficar sozinha na sala.
Meu coração batia tão forte e eu sentia como se estivesse com um nó na garganta.
Agora não dava mais pra desistir. Eu ia ter que encarar isso de frente e resolver.

Tentei pensar positivo, que logo iria acabar e que quando eu me desse por conta eu já estaria 100% novamente. Pensei em tudo que eu iria fazer dali pra frente.
Quando tudo isso acabasse seria vida nova, novos hábitos, novas experiências e um novo olhar sobre quem eu sou e como quero direcionar a minha vida.

Enquanto pensava em tudo isso uma enfermeira entrou na sala.
Chegou a hora.
Tremendo levantei da cadeira em que estava sentada e ela me acompanhou. Pediu se eu estava bem e falei sobre minha ansiedade e sobre meu medo. Ela gentilmente me ofereceu o braço e eu me senti uma noiva num filme de terror.

Entrei na sala  da cirurgia. Cumprimentei todos ali e me pediram para deitar na maca de barriga para cima.
A anestesista começou a procurar uma veia no meu braço esquerdo enquanto o médico conversava comigo.
Nada de achar a bendita veia. Trocaram de braço.
Quando o soro começou a entrar senti um pouco de sonolência.
Nem deu tempo de pensar e já me levantaram o dorso, fiquei sentada e pediram para eu abaixar a cabeça. A anestesista pressionou as vértebras da minha coluna e aplicou a anestesia.

Me virei de barriga pra baixo e lembro só de alguns flashes.
Mais uma vez fiquei nervosa a toa. A anestesia não doeu e eu não senti nada. Acho que colocaram algo para inalação também, mas não tenho certeza.
Fiquei grogue e um pouco dormia, um pouco acordava.

Quando acabou me mudaram de maca e eu despertei um pouco.
A cirurgia durou em torno de 50 minutos.

Acho que por questões da anestesia tive que ficar de barriga pra cima.
Começaram a mover a maca e pararam numa janelinha onde chamaram minha mãe. Lembro de acenar pra ela e ela pedir se eu tava bem.

Me levaram para a sala de recuperação até passar a anestesia.
Dormi.

O processo antes da cirurgia

Durante todo esse processo, desde a descoberta até a inflamação, eu já estava indo atras de todo o esquema da cirurgia.
Fiz tudo via SUS e como todos sabem a burocracia é enorme.


  • Consulta no posto de saúde com um clínico geral;
  • Consulta com o cirurgião geral para confirmação de que preciso mesmo fazer a cirurgia;
  • Entrega dos papeis no posto de saúde;
  • Encaminhamento para a secretaria da saúde;
  • Retirada dos papeis no hospital da cidade;
  • Consulta com o cirurgião responsável pelo procedimento;
  • Entrega dos papeis no hospital da cidade;
  • Encaminhamento para avaliação com anestesista e exames;
  • Aguardar...;
  • Agendamento da consulta com o anestesista;
  • Retirar os papeis mais uma vez no hospital da cidade;
  • Fazer os exames;
  • Pegar resultado dos exames;
  • Consultar com o anestesista e mostrar os exames;
  • Passar no consultório do cirurgião para saber como vai ser o procedimento: dia, hora, local, jejum...;
  • Cirurgia. 
Com o primeiro cirurgião correu tudo bem. Confirmado que eu precisava mesmo fazer essa desgraça de procedimento.
Ele foi muito legal. Levei uma lista gigante de perguntas e ele teve muita paciência de responder todas com muita atenção. Nesse momento eu já não sentia mais dor, apesar de ainda sair pus do meu segundo orifício traseiro. 

Após isso, até a consulta com o cirurgião que faria o esquema, foi esperar. 
Não posso reclamar do serviço do SUS aqui na minha cidade. 6 meses não foi um tempo grande de espera, ainda mais que eu já nem lembrava que o cisto estava aí. 
Sempre me trataram super bem e me aguentaram fazendo vários questionamentos, porque se ainda não deu pra notar, eu sou uma pessoa extremamente ansiosa e desesperada. Haja paciência pra lidar comigo.

Nesse período também li muitos relatos de outras pessoas que passaram por isso tudo. Como eu fico impactada facilmente não quis procurar por imagens. Achei por bem não fazer isso comigo mesma e se posso dar um conselho: NÃO PROCURE IMAGENS. As que eu vi de relance já me deixaram tensa e muitas delas nem são realmente de como fica a cirurgia. 

E já que dei um conselho lá vai o segundo de brinde: NÃO ESPERE! Não é porque a dor passou que o cisto não existe mais. Quanto antes retirar, antes se livra dessa palhaçada. Não é garantia de que nunca mais vai voltar. Essa bosta de cisto pode reincidir, mas não é uma coisa comum desde que você tome certos cuidados de higiene, postura, ficar menos tempo sentado, usar roupas adequadas e, caso tenha muitos pelos no local, depilação. 

No meu caso, acredito que o cisto surgiu porque passo muito tempo sentada, estou com muito excesso de peso e tenho um quadro grave de foliculite na bunda. Se você também tem foliculite busque tratamento. Eu não segui o tratamento corretamente e ta aí o resultado. Claro que não foi confirmado que essas foram as causas, mas é a explicação mais bem aceita. 

Depois de um tempo consultei com o cirurgião que seria responsável por abrir um rombo no meu rego. Foi tranquilo, ele não era de falar muito e o que acabou sendo a pior parte foi subir e descer 10 andares de escada. Mas por que de escada? Porque não ando de elevador. Sim, sou idiota e tenho medo. 
Vai que cai né. 
Valeu pelo exercício.  

Mais tempo aguardando até que me encaminhassem para o anestesista. 

O médico me pediu um hemograma simples e mais umas coisinhas. Eu estava com medo de dar algum resultado muito alterado no exame por conta da vida sedentária pela qual estou passando. 
Trabalho em casa e cozinho bem, resultado: Como muito e não faço nada de exercícios. 
O interessante de passar por essa experiencia é notar como a gente não da valor paras as possibilidades que a vida nos oferece. Escolhi ser sedentária e comer muito. Esse medo dos exames só mostra o quanto eu sabia que estava fazendo tudo errado.

Fiz a coleta de sangue numa segunda-feira. A tensão deu um tempo, mas como nada nessa vida facilita pra quem tem ansiedade, na terça-feira me ligaram pedindo pra que eu voltasse e tirasse mais sangue pois precisavam repetir o exame. 

DESESPERO! 

Já achei que estava com câncer, leucemia, AIDS. 
Pff, bobagem. 

Quando retirei os exames estava entrando em parafuso. 
Tava tudo tranquilo. Uma que outra alteraçãozinha leve, mas leve mesmo e deu. 
Passar sufoco antes da hora é perda de tempo e saúde. 

Com o anestesista foi tudo bem também. Ele falou que ia dar tudo certo e que iriam me dar algo pra ficar sonolenta durante a cirurgia. A anestesia seria uma raquidiana, aquela que só amortece da cintura pra baixo. 

Próximo passo era a cirurgia.
Agora era esperar o dia 9 de maio de 2018 chegar. 

segunda-feira, 14 de maio de 2018

O dia em que a dor não parou


Terminado o período do antibiótico ruim e nada mudou.
Pelo menos eu achava...

Ainda sentia dor, mas era bem suportável, nada absurdo, mas de repente, de um dia para o outro a dor aumentou consideravelmente. Eu tinha consulta no dia 12 de dezembro com um cirurgião que ia avaliar meu caso e encaminhar ou não pra secretaria da saúde.

No dia 6 de dezembro o bicho pegou. Mano, começou a guerra.
Era uma dor forte, mas que com remédios e compressas quentes passava, mas na madrugada do dia 8 para o dia 9, uma sexta-feira/sábado, ficou impossível. Nessa noite dormi uma hora. Não conseguia ficar deitada. A dor era absurda. Tentei deixar agua quente do chuveiro cair em cima pra ver se aliviava. Hahahaha não. Aumentava a potência do chuveiro e nada. Eu sentia a água queimar as minhas pernas, mas o rego? Parecia que não sentia nada além da dor.
De manhã meu marido me levou a UPA novamente.
Eu só queria que abrissem o cisto e arrancassem de mim. Cogitei até enfiar uma faca nele porque aí fariam a cirurgia de emergência, tamanha a dor que eu sentia.
Apesar do meu cisto tem uma fístula, vulgo buraquinho, não saia nada. NADA.

Na UPA a médica que me atendeu visivelmente não sabia o que eu tinha. Deu pra ver ela pesquisando na cara dura o que era o tal cisto.
Ela parecia recém formada, não julgo, a gente nunca vai saber tudo.

Chegamos a conclusão de que teríamos que drenar, porém com tanta dor não daria pra fazer o procedimento.

Resumindo: tomei 3 remédios fortes na veia e a dor não reduziu.

Fazer o que, bora drenar assim mesmo então.

Gente, eu nunca senti tanta dor na minha vida quanto no momento que me aplicaram anestesia local. Juro, sou forte pra dor, mas eu chorei. Chorei igual criança. E não porque eu queria chorar, o corpo simplesmente reagiu assim sozinho. Foi a pior dor de toda minha vida. Não sei como a maca não quebrou porque apertei ela tão forte, mas tão forte.

A pobre médica recém formada, na melhor das intenções, cortou no local onde estava mais inchado. Mas o cisto não era ali. Ela não ia achar pus ali nunca.
Sem saber o que fazer ela me deu mais um antibiótico, amoxilina, e me mandou pra casa, mas antes, quando fui ajeitar a calcinha e a saia que estava usando... SANGUE. Minha mão estava inundada de sangue. Quando me dei conta era do meu braço. O lugar onde foi feito o soro estourou. Pensa na força que eu fiz pra conseguir essa façanha.

Graças a Deus, no domingo de manhã perto do meio dia, acordei e senti algo estranho. Fui ao banheiro e peguei um pedaço de papel toalha ao invés de papel higiênico. Passei de leve sobre o cisto e ‘tanã’ estava saindo pus.

Tomei um banho até meu marido acordar.
Quando ele acordou eu disse “Tu consegue apertar essa merda? Tem estomago?” e ele “Bora lá”.
Resultado: Meu marido drenou em casa. 4 dias saindo pus direto da fístula.

Nunca mais inflamou.

Isso foi só uma introdução para deixar todo mundo que ler a par de como essa jornada começou.


A descoberta – 17 de Novembro de 2017


Aniversário do Artur na cidade vizinha. 
Além de um bom amigo, ex-integrante da banda a qual sou vocalista: Rainha de Espadas.
Era pra ser uma sexta-feira como qualquer outra. Íamos sair, beber, nos divertir, comemorar, dar risada, falar dos outros... Enfim, uma noite normal. 
Começo da noite e estava tudo ótimo. Eu estava bebendo e me divertindo com as minhas amigas. Fazia tempo que não nos reuníamos. Nada poderia estragar esse dia...


Porém...

Ao final da noite, depois dos shows e antes de ir embora, senti um leve incomodo na região do cóccix, vulgarmente conhecido como rego, cofrinho ou como eu gosto de chamar “charme do pedreiro”. Achei estranho, pensei que poderia ter batido em algum lugar e não percebi. Segui com a minha vida.

Sábado e a dor continuava. Parecia um pouco mais forte.

Domingo acordei meio puta já. Mas que inferno de dor chata!
Pedi para o meu marido dar uma olhada. Aí veio o choque: “Tem um furinho só”, respondo: “Sim, meu cu!”, “Não, amor, um furinho tipo de brinco de orelha.”
Nesse momento eu já estava a postos para falar com o Dr. Google e ver meu diagnóstico de câncer e morte, porque assim como para os pediatras tudo é virose pro google tudo resulta em um fim trágico envolvendo tumores.

Pra minha sorte não foi isso que apareceu.
“Cisto pilonidal? Mas que diabo que é isso?”

Eu poderia botar um resumo do que é esse trem? Poderia, mas não vou porque é muita mão. Pesquisem se quiserem saber mais.
P.S.: Não botem em imagens. NUNCA!

Depois de entender do que se tratava fui ler a parte referente ao tratamento.

_Parabéns, além do cisto pilonidal você ganhou um procedimento cirúrgico.

Sim, a maioria dos casos só se resolve com cirurgia.
Surtei na hora, porque não conseguia acreditar que ia ter que passar por isso. Sempre fui forte como uma leoa. Minha saúde não estava das melhores, mas mesmo assim é difícil me derrubar.
Fui para a UPA da cidade e tcharãn, diagnostico do Dr. Google confirmado por uma médica de verdade.

Ela me receitou um antibiótico que já não lembro o nome, mas tinha gosto e cheiro de mamão podre. Horrível e além de ruim não funcionou.

Isso nos leva a segunda parte do meu relato sobre essa porcaria de cisto: inflamação severa.