terça-feira, 15 de maio de 2018

A temida cirurgia - 9 de maio de 2018

Enfim chegou dia 9 de maio.
Minha ansiedade estava no talo.

A internação estava marcada para as 13:30 e o médico me pediu um jejum de 8 horas antes do procedimento, inclusive sem poder tomar água. Foi moleza ficar sem comer porque eu não sentia a mínima fome, em compensação a sede estava brava.

No hospital encontrei minha mãe. Ela ficaria comigo até terminar o procedimento.

Fiz a papelada, assinei tudo e a moça me passou as instruções sobre horários das refeições e tudo mais.

Me despedi do meu marido e pode parecer bobagem, mas chorei.
Chorei porque estava com medo, nunca tinha passado por nenhum procedimento cirúrgico antes. Chorei porque precisava descarregar o que estava sentindo.

Eu e minha mãe subimos até o bloco cirúrgico do hospital. Me pediram mais algumas informações e depois ficamos lá aguardando me chamarem. Me sentia exausta por ter que passar por tudo isso, não dormi direito.

De repente chamam meu nome.
Minha barriga gelou.

Fui até uma salinha onde tinha que deixar minhas coisas e botar a roupa do hospital, não sei como chama, mas é uma camisola aberta atras.
Ali me despedi da minha mãe também.
Chorei mais.

O enfermeiro foi muito simpático e conversou comigo para tentar me acalmar. Não conseguiu, mas fez o possível.

Fiquei em torno de mais uma hora esperando em outra sala com 3 idosos. Todos tão calmos, rindo e falando sobre o que iam fazer e sobre o clima. Fiquei até com vergonha do meu desespero, mas acho que cada pessoa tem o direito de reagir como quiser as situações que a vida impõem. Não adianta eu me envergonhar do que estava sentindo. Sou um ser humano, porra! Não vou fingir que eu tava bem porque eu não estava.

Um por um dos meu companheiros de espera foram sendo chamados até eu ficar sozinha na sala.
Meu coração batia tão forte e eu sentia como se estivesse com um nó na garganta.
Agora não dava mais pra desistir. Eu ia ter que encarar isso de frente e resolver.

Tentei pensar positivo, que logo iria acabar e que quando eu me desse por conta eu já estaria 100% novamente. Pensei em tudo que eu iria fazer dali pra frente.
Quando tudo isso acabasse seria vida nova, novos hábitos, novas experiências e um novo olhar sobre quem eu sou e como quero direcionar a minha vida.

Enquanto pensava em tudo isso uma enfermeira entrou na sala.
Chegou a hora.
Tremendo levantei da cadeira em que estava sentada e ela me acompanhou. Pediu se eu estava bem e falei sobre minha ansiedade e sobre meu medo. Ela gentilmente me ofereceu o braço e eu me senti uma noiva num filme de terror.

Entrei na sala  da cirurgia. Cumprimentei todos ali e me pediram para deitar na maca de barriga para cima.
A anestesista começou a procurar uma veia no meu braço esquerdo enquanto o médico conversava comigo.
Nada de achar a bendita veia. Trocaram de braço.
Quando o soro começou a entrar senti um pouco de sonolência.
Nem deu tempo de pensar e já me levantaram o dorso, fiquei sentada e pediram para eu abaixar a cabeça. A anestesista pressionou as vértebras da minha coluna e aplicou a anestesia.

Me virei de barriga pra baixo e lembro só de alguns flashes.
Mais uma vez fiquei nervosa a toa. A anestesia não doeu e eu não senti nada. Acho que colocaram algo para inalação também, mas não tenho certeza.
Fiquei grogue e um pouco dormia, um pouco acordava.

Quando acabou me mudaram de maca e eu despertei um pouco.
A cirurgia durou em torno de 50 minutos.

Acho que por questões da anestesia tive que ficar de barriga pra cima.
Começaram a mover a maca e pararam numa janelinha onde chamaram minha mãe. Lembro de acenar pra ela e ela pedir se eu tava bem.

Me levaram para a sala de recuperação até passar a anestesia.
Dormi.

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